Resenha e Comentários: Matéria Escura

 

Olá gente, para quem estava com saudades de alguma matéria curtinha, ela chegou, até porque eu demorei tanto, mas tanto para escrever sobre esse livro que muita coisa se perdeu. Metade da postagem será SEM spoiler, e a outa metade COM, mas podeixar que irei avisar esse momento.

Ficção científica não é um gênero literário que eu leio muito, apesar de gostar bastante! (Acabo consumindo mais estas coisas em formato de filme ou série), porém uma das coisas que sempre esperei de uma boa ficção científica foi sentido e coerência nas explicações. Não que os outros gêneros não precisem, mas a fantasia usa muito a cartada da magia. Uma bola de fogo criada? Magia. Um cavalo voando? Magia. Não precisa de muitos detalhes, e o autor pode até criar um sistema de magia que dê um ar mais “culto” e verídico para a história dele, mas ainda não irá tirar do fato que é afinal, magia. E aceitamos suas peculiaridades com muito mais facilidade.

Já na ficção científica esperamos uma coisa crível. Mesmo se o autor está criando uma tecnologia totalmente nova naquele mundo e inventando coisas, para a visão do leitor aquilo tem que parecer real, tem que parecer um avanço tecnológico de alguma sociedade. E “Matéria Escura” começa com uma narração de cair o queixo, mas avança em explicações pouco convincentes e até enfadonhamente mal colocadas.

Em “Matéria Escura” de Blake Crouch, o personagem Jason, um professor de física quântica é sequestrado por um homem mascarado e após ser atacado acorda sozinho no mesmo lugar que o sequestrador o deixou. Ele vai para casa, porém tudo está diferente, sua amada esposa e filho desaparecerem, sua casa está totalmente diferente e ele não mais é um professor, e sim um pesquisador de sucesso.

O início da história mostra uma capacidade de narração muito boa da parte do autor, todos os sentimentos do sequestro, Jason tentando entender o que acontece. Até a parte que ele está nessa nova realidade descobrindo aos poucos o que aconteceu com sua família também é fantástico. Mas quando ele efetivamente, descobre, ahhh, ai sim as coisas começam a desandar e “Matéria Escura” para mim entrou numa listagem de piores finais já lidos ( ok que a história começa a ir ladeira a baixo na nos 50%).

E daqui para baixo contarei COM SPOILERS o que me desagradou tanto na história.

Para mim o início do problema foi aquela caixa. O fato dele estar em uma realidade alternativa fica gritantemente óbvio assim que ele interage com a primeira pessoa nesse mundo novo, e também que uma versão dele que fez o sequestro também se elucida antes da revelação oficial, mas são dois detalhes que instigam a leitura e não fazem você desanimar, porém aquela maldita caixa foi de cair o cu da bunda. Primeiro que ele pôde até tentar explicar, mas não fez sentido nenhum, aquilo do remédio ter que ser aplicado, a caixa aparecer em lugares diferentes em cada realidade... Além do corredor tosquíssimo com portas infinitas.

Depois, cada entrada em uma realidade diferente foi piorando, mostrando coisas desnecessárias e que no fundo, no fundo, só serviram para o autor tentar passar umas lições de morais meio forçadas guela a baixo (eu prefiro quando esse tipo de coisa é passada de uma maneira mais natural na história).

Ai para fechar terrivelmente, quando descobrimos que existem diversos Jasons na história porque cada ramificação criou um cara novo buscando pela família a narrativa se perde totalmente, ficando confusa e sem um embate final grandioso, até a morte do Jason-sequestrador e a tratativa com os Jasons que ficaram para trás se tornou enfadonha e forçada.

Para mim, a experiência de leitura de Matéria Escura foi minguante. Eu comecei o livro amando demais, mas cada passo foi ficando mais decepcionante. Vejo muita gente elogiando o livro, mas não entendo como esse desenvolvimento da segunda metade acabou passando pelo gosto da galera, talvez querer comparar toda ficção científica com a perfeição do Interestelar acaba prejudicando minha apreciação xD

Ah, além daquela personagem feminina (que eu esqueci totalmente o nome) que não serve para absolutamente naaada na história, a cientista que salva ele. Até agora eu me pergunto qual foi a intenção do autor em colocá-la lá. 

Mas bem, eu disse que seria curtinha a matéria! Não quis me alongar muito falando de um livro que não curti, mas por sorte, depois desse, li vários que adorei e logo mais trago para vocês!

Sobre Ingrid Boni

Viciada em livros do mais diversos tipos. Porém especialmente apaixonada por fantasia e ficção histórica.

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