01 de dezembro de 2021
Ia fazer um título engraçadinho como fiz com as outras resenhas da saga, mas reparei que demorei tanto para escrever isto que perdi o timing de saber o que escrever. Já faz dois meses que li este livro e os acontecimentos dele estão sendo excluídos um a um da minha mente. E primeiro porque achei esse livro tosco deeemais. Em algum momento a autora teria que dar uma focada na fantasia e parar com o sexo a todo instante para avançar na história. E como ela é terrível em fazer um roteiro, só é boa em criar diálogos entre casal, este livro foi só ladeira a baixo. Tentarei fazer um compilado de tudo que lembro.
O
livro começa com Feyre infiltrada na Corte Primaveril, fingindo que ama
novamente Tamlin para destruir todo aquele condado de dentro para fora. Essa foi
minha parte favorita do livro, porque Feyre estava efetivamente fazendo algo,
bolando vingança, fazendo Tamlin pagar com as próprias mãos e não com as do
Rhysand, essa parte do livro levantou um ponto bem legal de quando alguém se
apaixona porque o outro foi bondoso no começo e depois acredita que tem a
obrigação de manter esse relacionamento por causa da bondade. O jeito que ela
manipulou todos foi muito legal, mas depois tudo isso foi por água baixo.
Porque vários capítulos para frente, Tamlin resolve ajudar e Feyre fica se
culpando pelo que fez, se arrepende e no fim, no contar dos ovos, tudo que ela
fez na Corte Primaveril não mudou nada no roteiro e se não tivesse feito, nem teria
alterado a história. Causou-me aquela insatisfação de quando um chefe te pede
algo urgente, você corre e faz, ai no dia seguinte ele nem lembra que te pediu
e deixa mofando na mesa dele por semanas. Um sentimento de “ué, pra que tudo
isso se não ia dar em nada?”
Bem,
outra coisa terrível nesse livro são as irmãs da Feyre. Nestha é uma personagem
tão forçada e irritante que estou até com medo de ler Corte de Chamas
Prateadas, Elain é um pouco melhor, apesar de todo aquele romance com o humano
ser raso demais nos acontecimentos.
Em
falar em coisa rasa, a autora tenta abordar vários assuntos importantes, como
racismo, guerra, preconceito, mas faz todas essas coisas porcamente, como se
ela tivesse colocado numa listinha de tarefas “falar de racismo”, “falar dos
males da guerra” e depois que escrevesse um parágrafo solto ela riscava a
tarefa e se sentia satisfeita.
E
para encerrar, porque realmente estou com dificuldade de me alongar sobre esse
livro, foi aquele final. Toda a guerra contra Hybern estava bem meia boca, mas
ai aquele encerramento no caldeirão, com Amren sendo um anjo da nossa realidade
que passou para aquele planeta... Foi tipo PARA QUÊ. Foi de uma falta de
criatividade absurda e um detalhe que me fez lembrar que Sarah J. Maas é
norte-americana.
Talvez
os mais novos não se lembrem, mas em Crepúsculo, quando a Bella ficou grávida
de um mini-vampirinho, toda a família queria que ela abortasse, inclusive
Edward. Só a irmã loira que esqueci o nome a apoiou. Toda a narração da Bella
naquela parte do livro era sobre como ela queria aquela criança e como era
importante pra ela mesmo que morresse, já a família estava agindo erroneamente
forçando ela a pensar em sua segurança. Maternidade nesse ponto era algo
intocável e mais importante que a vida da Bella. E foi o que aconteceu, ela
morreu (e depois foi transformada em vampiro). Anos depois que eu li aquele
livro, com mais consciência do que uma menina de 15 anos, fui descobrir que
Stephanie Meyer era a típica norte-americana religiosa hiper mega contra o
aborto e tudo aquilo se tratava de uma passada da ideologia dela.
Sarah
J. Maas não é diferente (e até irei citar isso de novo na resenha do Corte de Gelo
e Estrelas com o lance do filho), se você reparar bem, vai ver que está ali,
que Feyre apesar de ser um tico mais empoderada, ainda é a personagem que se
salvou na base de um macho, que a vida gira em torno de uma piroca, que servir
e criar uma família está acima das realizações pessoais. Que no final a
esperança cristã veio a galope em forma de uma personagem bonitona. Afinal, o
que não um anjo para salvar o dia? A criação do deus cristão é tão forte e tão
esperançosa que vai meter cacete em demoninhos até de outra realidade.
Eu
diria que fiquei decepcionada, mas não surpresa. Esse tipo de autora
norte-americana muda algumas coisas ao decorrer dos anos, mas é tudo farinha do
mesmo saco.
E ainda
no final a Amren ficar viva depois de tudo aquilo também foi forçado, mas bem,
a autora está focada em sexo e amor e não em enredo verosímil kkkkk
Esse comentário acabou ficando longo e revoltado. Apesar do terror que foi
passar por esse livro, continuei e já li Corte de Gelos e Estrelas e curti. E
estou para começar a ler agora em dezembro o Corte de Chamas Prateadas, então
até a próxima!
0 comments :
Postar um comentário